terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Recordar…
Recordar aquilo que já se teve, que já se viveu,
nunca vi ninguém recordar algo que não viveu.

Recordar é tentar sentir aquilo que se sentiu…

É de certa forma quer de novo…

É descobrir um novo eu, mas sentir o anterior…

E ter e não ter ao mesmo tempo…

É querer sem te querer…
Sentir te sem te sentir…
Ter te sem te ter….

É viver e não viver…

Aquilo que se recorda…

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Quero sair, quero esconder, quero fugir...
Sair de mim, nem que seja por um instante...

Fingir ser quem não sou, libertar...

Quero que o tempo pare, ou ande com uma velocidade incrível...

Eu preciso de não estar...
De não sentir...
De não querer...

Preciso de encontrar o que não procuro, para me poder encontrar,
Preciso de estar onde não estou para voltar.

Quero que o tempo passe mais depressa que a mente
Encontrar o que perdi...
Encontrar o norte...

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Ele sempre esteve lá...
Todos os dias, todas as noites... Sempre a espera do dia certo para que o acabasse...
Ele sabia, que o dia iria chegar, uma noite, em que dele precisasse, ele estaria ali, sempre a espera, só eu não sabia...

Eu abri.
Eu entrei.
Eu li.
Eu chorei.

E com as lágrimas foram também as memorias, vazei dentro de mim mágoas de vários anos e de coração aberto tive a minha resposta.

Ela sempre ali esteve.
Todas as noites.
E em cada noite que passava a minha resposta sabia que me aproximava...

Afinal era tão simples...

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Ate já… margarida…

Entro no quarto, fecho a persiana, e tranco a porta, hoje quero estar longe do mundo, divagar no meu espaço, no meu universo….

Hoje quero estar eu e eu somente, esquecer que lá fora há vida e que faço parte dela,
Hoje que encontrar aquilo que perdi, que escondi, mas que nunca esqueci…

Lembro me como se fosse hoje, como corria na rua ao sabor do vento, e a chuva parecia lágrimas que o céu chorava de felicidade. Hoje lembro aquilo que fui, de onde vim, mas não consigo ver pra onde vou…

Hoje sentada nesta cadeira enterro me no teclado, e a cada letra que escrevo, sinto o seu significado….
Hoje, só hoje…

Porque amanha será tudo igual novamente….

Hoje porque e sábado, em que todos se preparam para estar com o mundo eu preparo me para estar comigo….
Hoje, só hoje….

Amanhã será diferente, eu sei…

Mas nas memórias de hoje algo não se esquece amanhã… as saudades, aquelas saudades….

No tempo da inocência, eu queria ser crescida, mas agora tudo é diferente…
No tempo da inocência eu não sabia, que a maior inocência não é, não conhecermos o mundo, mas sim a nos próprios….

No tempo da inocência… oh o quanto eu queria ser inocente….


Afasto me do que sou, concentro me no que fui, afasto me do que quero e penso no que queria…

Será que ao longo desses anos consegui conquistar a mais pequena coisa daquilo que queria quando era pequena?
Será que tudo aquilo que hoje parece tão básico foi alguma vez concretizado?!

Aquela emoção… Quando se é pequeno tudo é magico, tudo é lindo tudo e novo…
E agora? Que tantas outras coisas há pra descobrir…

***

Diz tu, oh luar, que sempre estives te ai! Porque nunca me contas?!
Tu e a maior estrela, espectadores desta peça de teatro barata que é a vida humana, que sempre nos acompanham e nos espreitam, o que pensam que nos somos afinal?!
Meros fantoches ou actores principais?

Em que momento mudo de papel?

***

Em que momento perco a essência de criança, o sonho, o riso, aquela alegria Margarida, aquela sabes… tu sabes….

Só tu sabes, só tu conheces as profundezas do meu céu, o meu bom o meu mau, o meu eu…

Porque não me contas?
Porque guardas no fundo de um baú aquilo que queres que volte a sentir…

Eu quero sentir, sentir novamente, aquela chuva no meu rosto, eu quero sentir novamente o vento, aquele vento….

Tudo o que sou devo o a ti…
Tudo aquilo que quero ser também, acredita…

Como um pilar que segura a casa, és tu…
Enquanto uma réstia do teu brilho durar tu estarás aqui e a casa não vai a baixo….