segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Se pudéssemos prever o futuro, como seria?
saber o dia e a hora exacta em que as coisas aconteciam.
Poderíamos nós mudar o futuro que não gostássemos dele?
Assim já não haveria futuro programado, e adivinhado.
Utopias.
Que emoção teria a vida afinal, que misterio lhe reservava.
Onde estaria a emoção que sentir as coisas, a vida, o momento, um por um.



A sociedade ensinou nos a percorrer esse caminho de suposta felicidade e harmonia.
Ensinou nos a fazer dela, sonho, filosofia de vida.
E ai de quem não a veja como futuro escolhido, mesmo por vezes o desejando.
Vem um dia e outro e pouco muda. Não há emoções fortes.


Paixão.


Aperta devagarinho.
Asfixia discretamente.

sonho.
Busca.
Desejo.



Mas o tempo aperta ao compasso da melodia,
afasta os anos, junta os dias.
Separa as pessoas.

sábado, 26 de setembro de 2009

Levou com ela o brilho dos teus olhos, levou com ela o sorriso da tua boca. Da noite para o dia, sem deixar o dia nascer. Levou com ela uma velhice a dois, deixou no seu lugar um homem triste, sem luz. Foram tantas as vezes que passas te á nossa porta, tantas vezes que paras te e contas te historias de outros tempos que recordavas com alegria, tantas vezes que fugimos de ti. Hoje era para ser assim, mas foste directo e num gesto que não era teu viras te as costas e foste embora. A partir de hoje já nada será como foi. A partir de hoje a velhice prenuncia se a cada passo, senti la ás mais pesada, mais perto.




Sentimentos.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Prendem se os homens a liberdades. Abafam o grito de revolta. Constroem castelos na areia.
Até que um dia o mar vem.
Até que um dia a voz se vai.
Até que um dia a liberdade os prenda.
Então já nada importa.
Que o vento não sopre, que o choro se cale, que a manhã não venha.
Perde o poder da voz, o sentido do toque, o calor dos olhos.
Um Outono que não chega, um verão que já acabou, um inverno que não existirá.
Então já nada importa. Ai já nada importa.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Filosofia, fantasia, teoria. Envolta em mar de seda castanha, outra hora palco de emoções profundas. Fundas. Entregas te a esse mar, envolves, desenvolves, crias, destrois, recontrois. Não te envolvas, não me envolvas. Não te envolvas em meus braços como te envolves nesse mar de seda que te afaga a alma e te acalma o cansaço.
Filosofia, fantasia, teoria. Correcta, incorrecta. Ilusão, confusão. Quando te envolvo em meus braços, não te envolvas.

sábado, 19 de setembro de 2009

Foste descobrindo, sem descobrires. Aprendendo sem aprenderes. Foste querendo sem quer. Foste, és. A tua maior descoberta.
Já não és, já não serás a menina aquela menina a quem tiraram a inocência.
Agora chega.

- Para de poisar os meus calos, rasgar a minhas feridas!

- Já não há menina. Já não há inocência.

Cala se a voz de mil vezes gritos, que mil vezes berrou. Escondam se os gestos.
Tu já não és. Tu já não serás aquela eterna inocência que corre em busca de calma maior.
Aprendes a viver dia a dia. Em cada trilho, em cada partida, sentes não pensas.
Sonhas. Como se o teu sonho morasse a quilómetros hora.
Magia, fantasia, química vital que te afaga nos dias de trovoara. Sinos que tocam na igreja, som escondido, abafado.
Tantas noites, tanta escuridão, tanta perdição. Tanta salvação.
Abre os olhos agora, e vê.
Abre os olhos agora antes que a cegueira os tomem em seus braços.
Corpo. Sexo. Nada mais.
Para que? Para nada.
Não é mais que isso. Uso e abuso de ti, menino de colegio.
Só isso? sim, só isso. Para que te quero mais?
Para me embrulhar em confrontos do coração?
Não, não mais. Só o tempo o dirá? Não já disse.


"sinto o teu cporpo a tremer, a suar, a descobrir... Sinto a boca a gelar, a tua pele a aquecer... Ficas sem voz, secas."

Para quê mais? para nada menino de colegio... para nada.
Crias te alicerces no passado e construis o teu castelo a partir dai.
todos os passos que dás, todas a tua atitudes, todos os sentimentos...
Alimentas fantasmas...

- Liberta te! Liberta me!
Vem ser feliz comigo!

Passado cruel que te rasga a carne, que te enrugues se a pele.
Não faças de cada ruga uma tatuagem da vida...
Tantas outras virão.
- Tu queres? Eu quero!




Corre comigo, por mais dez anos, só mais dez anos.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Neutra, sem luz, sem cor
Sem objectivo definido, ilusão.
Negra alma talvez.
“Condição humana.”
Onde está ela?
Por vezes perdes te, soltas de ti, quebras o vaso.
Precisas, queres essa estabilidade.
Mas no fundo não queres.
Ou será ao contrário?

terça-feira, 15 de setembro de 2009

(Roubaste me de mim)

Fui cedendo. Primeiro a uma palavra, depois a uma frase.
A um gesto a um sentimento.
Sem me aperceber fui cedendo a mim principalmente.
Fui cedendo ao que acreditava, fui cedendo ao que gostava, fui cedendo ate não me reconhecer.
Olhava no espelho da alma e não me via. Até a voz mudou. Ferramenta de arte e trabalho.

(Cheguei a ter medo de te reencontrar na rua e nem te reconhecer, olhar par ti invejada, de ver alguém assim. Não me reconhecia de tal maneira que talvez ate chamaria louca a ti no corpo de outra pessoa.)

Cedi, cedi, cedi… Houve o dia que me cansei de ceder aqui e ali.
De ceder por tudo e por nada, de me baixar, me rebaixar, te rebaixar.


"Vinte e quatro não são quarenta e quatro"

sábado, 12 de setembro de 2009




E não, o tempo não volta atrás... Hoje gostava que tivesse voltado. Só por hoje. Queria ver esses olhos a entrarem novamente por aquela porta. Queria ver te a dançar esta noite. Sentir a tua mão na minha, outra vez. Só hoje. Se o tempo voltasse atrás... Não, não faria tudo de novo. Agarrava te esta noite, nem que fosse só por uma noite. Mas hoje é tarde porque já não voltas. Já não entrarás por aquela porta, já não irei ver novamente esses olhos azuis, tão azuis, tão únicos, que se fecharam para sempre. Se ao menos pudesse ter me despedido de ti...

sexta-feira, 11 de setembro de 2009



Não há um dia em que tenhas de escolher, vais escolhendo todos os dias. Passo a passo. A cada momento. Tu escolhes o que queres sempre que respiras, sempre que pensas. Pensamentos criam acções. Sentimentos. frustrações.Emoções. Tu escolhes, o teu caminho. Ao mais simples gesto, na palavra mais insignificante tu escolhes o hoje, o amanhã. Sempre escolhes te. Nunca percebes te? Lembras te á muitos anos quando cais te? Tu escolhes te, traças te um caminho. Uma rede de caminhos. Tu escolhes te. Estás sempre a escolher sem escolher.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009




Entrei em ti, sai de mim, neste preciso momento.
Deixei as minhas palavras nos teus olhos deixei os meus brilhos no teu ouvido.
Quis te.
Por muito mais do que uns instantes, bem mais do que naquele instante.
Tive te.
Sai, entrei, de mim, em ti.
E no milésimo de um instante, desaparece te em ti para te juntares a mim.
Assim, só assim.
Nuca foi mais do que assim.
Tantos os momentos perdidos nesse mar que não te acalma, a alma, a vida a voz.
Quises te tanto sem querer, tentas te sem tentar.
Agora olhas para traz, e em momentos velozes páras e não arrancas, já foi, já não é, já não será. Acalmas a alma com palavras cruzadas de passado, presente e futuro, do pouco que já te resta.
A vida balança, feito barco no oceano, e dás por ti a pescar sozinho, a olhar as velhas árvores do jardim. A ver os putos correr na rua.
Nem tu sabes, nunca saberás o que ele fez de ti, o tempo. Traiçoeiro, implacável, leva te hoje para onde o vento bate na cara. Pára...
Não chores, recorda somente. Agarra o, agora!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

"E quando dás por ti estás á pesca sozinho..." E os anos passaram... O que é feito de ti agora? As rugas cobrem te a cara e o corpo, e a juventude abandonou-te. Esqueceu se de ti numa rua estreita da tua vila. onde estás tu? Quem és tu agora?
Tens histórias para contar, mas ninguem que as ouça, histórias de outros tempos, não de agora. Agora pouco há para contar. O que o tempo fez de ti? o que fizes te tu do teu tempo, afinal?
Perdes te na solidão de uma multidão. És apenas mais um, só mais um. Os anos passam, e tu, ficas te imovel com lembranças de outros tempos. Agora, que poderias contar ao vento mil e uma aventuras de outros tempos, não encontras quem as queira ouvir. Estão todos ocupados.
Pára. Escuta. sente.
Esse tempo já não é teu. Já foi.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Encontrei te sem quer. Já houve os dias em que te procurei de mil e uma forma, em mil e um sítios, hoje não. Hoje viés te ter comigo. Entre muitos da tua espécie, quando te peguei, sorri.
E nesse compasso, retornei à não muitos anos atrás, abrir te.
“Tripulação….
O Capitão….
A todos uma boa viagem.”
Não consegui entrar dentro de ti, de forma a percorrer cantos e esquinas da tua terra fria, estaria a abusar de mim. Há coisas que são mais fortes que eu, e há uma força maior que me impede de violar este principio.
Não foram muitos os anos que passaram, minutos? Alguns sim. Uns melhores, outros piores. Se te reescrevesse agora iria dizer certamente “serviram para aprender”, era sempre assim que falavas, que escrevias.