sábado, 14 de fevereiro de 2009

Ate já… margarida…

Entro no quarto, fecho a persiana, e tranco a porta, hoje quero estar longe do mundo, divagar no meu espaço, no meu universo….

Hoje quero estar eu e eu somente, esquecer que lá fora há vida e que faço parte dela,
Hoje que encontrar aquilo que perdi, que escondi, mas que nunca esqueci…

Lembro me como se fosse hoje, como corria na rua ao sabor do vento, e a chuva parecia lágrimas que o céu chorava de felicidade. Hoje lembro aquilo que fui, de onde vim, mas não consigo ver pra onde vou…

Hoje sentada nesta cadeira enterro me no teclado, e a cada letra que escrevo, sinto o seu significado….
Hoje, só hoje…

Porque amanha será tudo igual novamente….

Hoje porque e sábado, em que todos se preparam para estar com o mundo eu preparo me para estar comigo….
Hoje, só hoje….

Amanhã será diferente, eu sei…

Mas nas memórias de hoje algo não se esquece amanhã… as saudades, aquelas saudades….

No tempo da inocência, eu queria ser crescida, mas agora tudo é diferente…
No tempo da inocência eu não sabia, que a maior inocência não é, não conhecermos o mundo, mas sim a nos próprios….

No tempo da inocência… oh o quanto eu queria ser inocente….


Afasto me do que sou, concentro me no que fui, afasto me do que quero e penso no que queria…

Será que ao longo desses anos consegui conquistar a mais pequena coisa daquilo que queria quando era pequena?
Será que tudo aquilo que hoje parece tão básico foi alguma vez concretizado?!

Aquela emoção… Quando se é pequeno tudo é magico, tudo é lindo tudo e novo…
E agora? Que tantas outras coisas há pra descobrir…

***

Diz tu, oh luar, que sempre estives te ai! Porque nunca me contas?!
Tu e a maior estrela, espectadores desta peça de teatro barata que é a vida humana, que sempre nos acompanham e nos espreitam, o que pensam que nos somos afinal?!
Meros fantoches ou actores principais?

Em que momento mudo de papel?

***

Em que momento perco a essência de criança, o sonho, o riso, aquela alegria Margarida, aquela sabes… tu sabes….

Só tu sabes, só tu conheces as profundezas do meu céu, o meu bom o meu mau, o meu eu…

Porque não me contas?
Porque guardas no fundo de um baú aquilo que queres que volte a sentir…

Eu quero sentir, sentir novamente, aquela chuva no meu rosto, eu quero sentir novamente o vento, aquele vento….

Tudo o que sou devo o a ti…
Tudo aquilo que quero ser também, acredita…

Como um pilar que segura a casa, és tu…
Enquanto uma réstia do teu brilho durar tu estarás aqui e a casa não vai a baixo….

5 comentários:

  1. Tenta esquecer a percentagem de água que te compõe, apaga da alma o amontoado de pele e ossos que te estruturam. Guarda bem guardadas todas as memórias no recanto do bolso. Não penses, não chores, tenta afastar os medos. Não sussurres baixinho os segredos…
    Viaja apenas com a tinta da alma e escreve… Descreve com mágoa ou carinho toda a composição lógica do ser, todas as dores, todos os males. Despeja agora os suspiros escondidos, as paixões mal revolvidas, a banalidade de uma viagem no parque.
    Folha após folha, mágoa por mágoa, lágrima por lágrima, tenta transpor em papel a cor de tua alma…

    Agora guarda, guarda em cada recanto de tua casa, em cada palha de teu ninho, guarda cada folha bem longe da alma, bem longe da vista, dia após dia, ano após ano….
    Volta a pegar um dia, alguns anos depois, muitas memórias passadas, muita fome vivida, muita dor traída, volta a pegar em tuas memórias, em cada pedaço de alma estampada no papel.
    Junta de novo todas as folhas, todas as tuas histórias e atira-as bem alto no ar, mil e uma memórias caídas do céu, sem tempo sem espaço e sem sentido, volta a pegar sem organizar, sem sequer olhar…
    Lê de mente aberta, cada pedaço teu…
    E descobre quem és, encontra a cor de tua alma, descobre quem realmente és…
    Todos nós somos memórias, todos nós somos passado….

    Até Já!!!

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  2. Tudo o que és deves essencialmente a ti! Porque para ti, tu serás sempre o centro do mundo. A única coisa realmente importante!

    É aquilo que vivemos, com os que passam por nós, é certo, mas o que NÓS vivemos, com todos os disparates, os risos e mesmos os azedos que a vida nos dá. É tudo aquilo que agarramos com ambas as mãos, com ou sem medos, porque é nosso, somos nós!!

    E é aí que discordo de quem escreveu as linhas acima…
    Não afastes os medos! Porque os heróis não são feitos de matéria diferente do espermatozóide e óvulo que se uniram para te dar forma visível ao eu. Podem ser mais gordos, mais magros, mais tortos ou deslavados mas não são melhores e nem piores. São apenas gente que sente sem pensar e, por isso mesmo, se manda de cabeça, parecendo até que não tem medo. São gente que agarra a vida enquanto é vida!

    Daí em diante, pensamos igual. O que somos no agora é o resultado de muitos ontens. Portanto, é bom que guardemos bem essas memórias, em lugar seguro, bem catalogado. Porque de certeza absoluta nos irão ser preciosas, um dia qualquer. Nem que seja para as atirarmos ao ar e ao apanhá-las, irmos juntando pedaço a pedaço, até nos (re)conhecermos a nós mesmos.
    E então sim, poderemos entrar no quarto, fechar a persiana e trancar a porta, estejamos onde estivermos, porque aquele “espaço” é só nosso, impenetrável para o mundo inteiro e só nós próprios sentiremos aquela chuva no rosto e aquele vento, por mais que nos circunde uma multidão.

    Até já, Margarida…



    Bem vinda à blogosfera

    Beijo foryou

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  3. PARA P´AQUILO...

    Tento juntar esses pedaços de mim diariamente...
    tento ver o que sou, descobrir o que me move...
    lembrar no passado aplicar no presente...
    mas não ta facil...

    tu sabes não sabes...

    bjinho

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  4. PARA ESCARLATE.DUE

    Obrigada pelas tuas palavras...
    Ando a ver se encontro em mim aquilo que realmente sou lol Costumo chamar lhe crises existenciais....
    Mas isto passa, passa sempre, á medida que novas emoções tomam parte de mim....
    Mas as vezes sabe bem questionar, nunca é em vão... Nada é em vão...

    Beijo Foryou Too

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